segunda-feira, agosto 06, 2007

A Verdadeira História VI



Acordei às duas da tarde. Era feriado, e ao meu lado, ela dormia. Dormia bem, aparentemente. Esboçava um sorriso. Um sorriso! A alucinação não tinha passado! Mais uma vez, eu acordei em meu mundo! Eu estava com uma dor no pescoço, provavelmente por dormir com sua cabeça em meu peito, e olhar pra baixo para contemplá-la, até dormir. Passei ainda mais vários minutos assim. Não ousei me mover.

Depois, com o cuidado de não acordá-la, me levantei e fui ao banheiro. Lavei o rosto, escovei os dentes. Voltei ao quarto, peguei a carteira de cigarros - como aquilo foi parar ali? - e fui à cozinha. Com o cigarro aceso, pendurado na boca, de samba-canção e sem camisa, liguei a cafeteira e sentei na varanda. Logo depois, um estalo: Putz! Não é assim! Eu tenho visita! A melhor visita ever! Joguei o cigarro pela varanda, corri pra cozinha e abri a geladeira. Não tinha muita coisa, eu não costumo tomar café. Sorte que eu gosto de frutas, e isso, i'd got plenty.

Fechando a porta da geladeira, equilibrando frutas, e queijos and all, ela estava lá, com minha camisa, nada por baixo - minha camisa servia como vestido pra ela -, olhando pra mim com aquela cara de sono. Sorria, e estava com a mão em cima da minha carteira de cigarro. De repente, andou em minha direção, acendeu o cigarro, e colocou em minha boca. Puxou uma maçã da pilha que se amontoava em meus braços, e foi pra varanda com a xícara de café que já tinha colocado sem eu perceber. Fiquei preocupado. Tava ventando muito, tava nublado e frio. Mas era a única preocupação que eu tinha naquela tarde.

- Eu não tomo café da manhã. Vou comer essa maçã pra te agradar, tá?
- Não precisa. Eu também não tomo.

Sentei com ela e coloquei um cobertor em suas pernas. Mas ela também adorava o frio, e tirou, com um sorriso. Terminei o cigarro e o café. Me levantei pra pegar mais, e quando cheguei na cozinha, encontrei-o. O amigo do homem em cujo ombro eu havia enfiado um copo, no bar, no último domingo. Ele segurava uma arma, apontada pra mim.

Então tudo ficou frio e escuro, e eu só pensava em uma coisa:

_________Podia ter matado alguém quando joguei o cigarro pela varanda.

2 comentários:

  1. Anônimo5:07 PM

    esse epeisodio,foi tao normal entre as pessoas...
    parece até q eu já paasei por uma dessas
    mas sem o homem armado
    já estavamos com saudades do Dimitri.

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  2. Anônimo8:53 PM

    i know you,
    dimitri.
    i (don´t) know you.

    bo.bocas.

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