sexta-feira, outubro 28, 2022

Insegura

Ela tem tanto a viver

Tanto a perder

Tanto poder.

Aventuras não significam tanto assim

E é importante entender que não

Uma vez, um mês, talvez.

Mais do que isso

Se torna um atraso

Algo que te segura.

Te impede de ir, sentir, viver

Uma nova aventura.

Por isso eu peço

Esforços não meço

"Não mude sua cultura"

Porque o tempo não cura

O atraso

de uma antiga aventura.

quarta-feira, maio 11, 2022

Duérmete

 E de repente, barulho de vidro estilhaçando. Maria percebe que não vai funcionar. Que não é mais aquela menina sonhadora que insistia com seus sonhos, por mais inatingíveis.

Maria agora é uma mulher, adulta e responsável. Não pode mais se dar ao luxo de manter expectativas irreais e irracionais. Desleais.

Precisa entender e aceitar que passou, que foi uma aventura e que ela chegou a um momento de sua vida em que as aventuras não podem durar. Ela não tem mais saúde para isso.

E nem estabilidade. Nem segurança. Nem atitude. Nem coragem. Nem gana. Nem força de vontade.

Maria entende então, em uma epifania clara - um verdadeiro momento eureca: A covardia é meramente a habilidade de aceitar sua condição estabelecida por tudo e todos menos você mesma. Ou especialmente por você; no fundo, não importa.

E essa arte ela domina como poucos.

Dorme, Maria, pois quando estás desperta é quando te dói.