quinta-feira, junho 07, 2007

O Polêmico.

- Quer morrer, otário?!

Por pouco o carro não o pegou, enquanto atravessava a avenida. Não estava nem aí. Deu uma olhada desinteressada, e continuou com sua pose de rockstar. Na sua cabeça, todos os caras tavam olhando pra ele. Aumentou o volume do mp3 player, acendeu um cigarro e arrumou a bolsa no ombro - tudo ainda atravessando a avenida com uma atitude pra lá de blasé. Logo em frente, encontrou um colega de sala. Que saco. Agora teria que sorrir e falar, e isso corta qualquer charme de "whatever" que poderia continuar.

Com a desculpa de que ia comprar cigarro, parou no fiteiro e deixou o garoto ir na frente. Terminou comprando mesmo, mas no meio do caminho, passou na frente dum grupo de garotos de Administração. O máximo, todos o encararam e comentaram. Um até deu uma risadinha, quando o outro disse "vai lá, joga teu charme".

Depois da aula, toma umas cervejas com umas amigas. Alguns streights tentam dar em cima delas, mas logo percebem que elas preferem a companhia do amigo bicha. E que bicha! Cabelos castanho-claros, na altura do queixo, desarrumados, um hercúleo peitoral, uma barba bem-feita, braços torneados. Que bicha.

Não era lá um Gianechinni¹, mas o próprio charme de não sê-lo preenchia as lacunas. Ele não era, e não queria ser um Gianechinni¹. Mas dizia querer ser, claro.

Ao voltar pra faculdade, encontrou um dos caras que sempre sonhou pegar. Também não era um deus grego, mas tinha seus atributos. Além do mais, o tipo "discreto" sempre lhe chamou a atenção.

Mesmo com essa atitude toda, não passava de um veado tímido, quieto. Nunca conseguiria dar em cima do rapaz, Mário. Sorte que já se conheciam de outra ocasião.

- E aí? Tudo bom?
- Ótimo, pô...E contigo?
- Massa. Vê, tô pensando em ir beber jajá, com as meninas. Tá a fim?
- Pode ser...Eu tô indo resolver umas coisas da matrícula, mas vou pra lá jajá.
- Legal! Eu tava no bar ali da frente com as gurias. Só vou pegar um material no auditório e volto num pulo.

Ótimo! Seria hoje? Uma tarde despreocupada na frente da faculdade? De bermuda e chinelo? Bah! Sempre era assim!

Ao chegar no auditório, teve que passar por um Cérbero. Sério, a garota não o deixava entrar de jeito nenhum.

- Por favor, querida! Ju! É Ju, né?
- Não. Juliana.
- Hmmph... Certo, Ju. Vê, eu só preciso pegar os impressos que tão ali na cadeira. É aqui atrás, mesmo, não vai incomodar ninguém.
- Não. Tem que tá com o crachá do curso.
- Então pega pra mim. Ou me dá o teu crachá? Vai, pô. Eu sou legal! Tu conhece Gil, que trancou o curso? Acho que ele saiu quando você tava no primeiro período.
- Não, não conheci. Mas eu sei que você é bem polêmico.
- Como assim?!

Mas a menina não falou mais nada. A amiga dela trouxe a pasta com os impressos que ele pedira, mas a Ju simplesmente não quis dizer por que "Polêmico".

Ele voltou pro bar e não ficou com Mário. Ficou encucado com a afirmação de Ju. E até que Ju era bem gatinha. Tinha cara de quem beijava bem. Será que...?

¹ Como se escreve o nome desse porra?

4 comentários:

  1. Anônimo1:39 PM

    groto Dimitri,
    achei muito legal o testo e a parte
    encontrou um dos caras que sempre sonhou pegar. Também não era um deus grego, mas tinha seus atributos. Além do mais, o tipo "discreto" sempre lhe chamou a atenção.
    isso sempre acontece no meu dia a dia.
    mas experimente fazer quadros,acho q iria ser bem interessante.
    em uns dos meus sonhos,vc era um artista,q fuma um cigarro,e usa oculos de grau,barbudo ,com blusa de botao,e dai vc me pintaria,em cima do sofa da sua "casa"...
    bom ,fico por aqui.
    beijos enormes.

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  2. Anônimo1:52 PM

    correçao : *texto

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  3. Anônimo1:42 PM

    OI,ESSA NOITE EU TIVE MAIS UM SONHO COM VOCE.
    minha nossa,esqueço de todos os meus problemas,e fique te imaginando...
    beijos ladrao de coraçoes carentes!!!

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  4. hahahaha muito bom esse texto, felipe!
    tá vendo como foi uma boa idéia tirar a poeira disso aqui? =P

    =*

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