E de repente, barulho de vidro estilhaçando. Maria percebe que não vai funcionar. Que não é mais aquela menina sonhadora que insistia com seus sonhos, por mais inatingíveis.
Maria agora é uma mulher, adulta e responsável. Não pode mais se dar ao luxo de manter expectativas irreais e irracionais. Desleais.
Precisa entender e aceitar que passou, que foi uma aventura e que ela chegou a um momento de sua vida em que as aventuras não podem durar. Ela não tem mais saúde para isso.
E nem estabilidade. Nem segurança. Nem atitude. Nem coragem. Nem gana. Nem força de vontade.
Maria entende então, em uma epifania clara - um verdadeiro momento eureca: A covardia é meramente a habilidade de aceitar sua condição estabelecida por tudo e todos menos você mesma. Ou especialmente por você; no fundo, não importa.
E essa arte ela domina como poucos.
Dorme, Maria, pois quando estás desperta é quando te dói.
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