terça-feira, novembro 23, 2021

Aries

 Essa história não é minha.

Mas vou contá-la mesmo assim.

Imagine uma cidade quasi-fantasma. Sim, ela estava à beira do éter. E o nosso destemido protagonista vivia na taverna. 

Nossa, mas não seria possível ser ainda mais clichê?

- não me desafie. Claro que seria. Mas estou sendo parcimonioso aqui.

Então nosso destemido protagonista acorda. De um pesadelo. Encharcado, suando, só de calças e botas, sem camisa, amaldiçoando os céus pelo pelo pesadelo. A mão? Segurando a arma. O som? De rabecas em mi denotando o início da manhã.

Após oito segundos percebe estar longe de casa. 

E aqui abrimos parênteses: nenhuma história de dor, nostalgia e sentimento de verdade envolve a proximidade de casa. Do afeto. Da segurança.

Consequentemente nosso protagonista - nosso herói - percebe estar longe. E isso não é uma surpresa. 

Percebe também que descendo ao salon todos o encaram com um misto de reverência e desprezo.

Natural, não é? Acostumado. 

Em verdade essa é a reação que sempre busquei. Ame-me. Despreze-me. Mas jamais ignore-me.

Nosso herói atravessa a rua em frente ao salon. Encara a porta da estalagem.

Uma placa balança.

É difícil de entendê-la. 

O herói puxa a colt. Em menos de 1 segundo dispara. A placa para de balançar por poucos milésimos de segundo e exibe por ainda menos tempo o seu nome:

Áries.

A luz do sol. A capa da chuva. O clarão do relâmpago. A tênue iluminação daquilo que chamamos de lua. 

Nada parece iluminar tanto quanto q resposta de nosso herói:

Seu.

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