segunda-feira, outubro 20, 2008

Dim

- Imma big guy, ya know? I mean... I know some people there are brains. Imall fats and muscles. Not that there's a problem, anyway... I guess th'world is made of these, ya see? So... Imma big guy.

"My name is Dean. I guess mumma gave me that 'cause she knu I wasnt gonna be smart. Maybe she was trying to call me Dim. And ya know, this is the story of how my stupidity saved my ass.

"It all began with a girl. As always. Some day, I was gettin' back home from mumma's store, when my friend... I mean, Mark showed up:

- Yo, Dean, mah man! Zup, dude?
- Oh, hey Mark. How...how ya do?
- Nice, bro. Look, ya know Bart and Jimi, dontcha? Well, ya doing anything tonight?
- Well, ya know, Mark. I've got lots of things to do, I've got to... Ya know, watch TV with ma... No, I ain't got nothing.
- Yeah, figured. You see, we're gonna have a party, tonight, and we thought - aye, lets call our good friend, Dean Mc... Mac... Dean. So, ya coming ovah?
- Gee, ya, Bart and Jimi... Sure, Mark! I'll be there. Ya home?

And that was it. I'd got a party to go. The first of my life. And ya know, I was twenty five old.

domingo, outubro 05, 2008

À noite.

Prólogo
A noite

Aproxima-se o final da tarde, e a bela luz do crepúsculo ilumina uma construção cinza, cujas paredes estão cheias de painéis feitos de papel colado. Papel este que se amarelou com o tempo, e quase nada exibe das propagandas políticas e publicitárias que já foram.

Pra quem olha do Capibaribe, o largo estacionamento entre as portas do prédio e um alambrado composto de ferrugem torna-se parte de um contexto frio, apesar do clima tropical: a cidade morreu. Folhas e poeira dançam ao prazer do vento.

A antiga Estação Ferroviária Recifense já não funciona mais, já não recebe passageiros vindos do sul ou do norte. Aquele ponto do Nordeste não existe. Mas em momento algum isso significa que está deserto. Que não existe vida por lá.

Assim que o sol se põe, dois homens surgem rapidamente de uma viela e se jogam contra as telas do alambrado, escalando até pular pra dentro do estacionamento. Tornam a correr até atingirem as paredes do edifício. Parecem mesclar-se com a parede grafitada e descascando, por causa de suas roupas surradas.

A escuridão favorece sua empreitada: eles começam a tatear a parede até que encontram um espaço mais fundo, por trás de um dos cartazes. Um deles saca o canivete retrátil e golpeia o papel grosso até que este se rasgue, abrindo um buraco onde ele enfia a mão e puxa um pacote marrom. Ouve-se uma gargalhada lunática até que o outro comece a puxar mais e mais pacotes de dentro do buraco.
- Vamos ficar ricos, seu filho da puta!
- Pega mais, me deixa pegar!
- Cadê a mochila? Traz a mochila!
- Caramba, tem mais de cinco quilos! Acho que vamos conseguir uns duzentos reais por isso!
- Não exagera... Se começarmos vendendo caro, os chefões vão nos notar fácil!
A moeda desvalorizara muito nos últimos anos. Vários usuários de drogas trouxeram mais mercado para a cidade. Mais mercado, menores os preços. Não se vendia mais maconha em gramas. Apenas em quilo, pois não valia à pena vender menos.

A dica daquela garota era correta. Eles tinham drogas para levantar dinheiro. E ela havia prometido, com mais dinheiro, ela daria mais informações. Iriam começar um negócio, e ela seria a líder. Eles não se importavam, contanto que tivessem seus lucros.

Do outro lado do rio, ela os observava com um sorriso. Seu plano daria certo. Ela escolhera os homens ideais para o trabalho. Não usavam a droga que moveria o negócio, logo não havia o risco deles consumirem. Em alguns anos, eles construiriam uma franquia interessante, e ela teria tudo para manter-se na cidade. Ela gostava da cidade, do modo como o vento e as lâminas d’água do mar acariciavam sua pele negra.

Eles já se preparavam para sair, quando ela percebera algo errado. O vento parara de soprar, mas as folhas e poeira continuavam em movimento, mais rápido que inicialmente. Pulara então para trás do prédio, relativamente alto.

Um dos homens, o que estava carregando a mochila, decidiu olhar para trás e verificar se não esquecera nada. Sua cautela talvez tenha lhe salvo a vida: foi quando viu um homem grande, porém magro e silencioso vindo em sua direção. “Aonde pensam que vão com meu produto, cavalheiros?” – o tom cordial do gigante não lhes acalmou nem um pouco. Sacaram os canivetes.
- Este bagulho não é seu, companheiro. Foi colocado ali há muitos anos.
- Vocês não entenderam. Está em meu domínio, torna-se meu.
Antes que eles lhe perguntassem sobre o fato daquela ferroviária antiga ser seu domínio, uma luz surgia pela antiga ponte de ferro: era um carro. Atropelando o portão e quebrando assim a corrente que o selava, entrou no estacionamento freando entre seus comparsas e o homem. A moça misteriosa descia do carro de arma em punho, dizendo para eles entrarem.
- Não precisamos desta hostilidade, Nikolai. Temos o que queríamos, e vamos embora agora. Garanto que eles não irão importuná-lo mais.
- Amanhã, passe aqui e deixe uma corrente nova. Não preciso de mais que isso.
Entrando no carro, a mulher fez uma prece em latim, agradecendo a quem quer que escutasse por ter sido um erro pelo qual ela não pagaria caro.

Homage.

"Mas se eu pudesse a mágoa que em mim chora
Contar, não a chorava como agora,
Irmãos, não a sentia como a sinto!..."

"Canções que me fazem sentir melhor quando as coisas por trás do sorriso não estão bem".