domingo, junho 29, 2008

SA 4

- ...Manhã de domingo. Eu não sabia pra onde ir. Saí do quarto, me esforcei pra sair de casa sem meus pais verem. Quando piso no elevador, percebo que estava de samba-canção, camiseta regata e com o cabelo assanhado. Pelo menos deu pra limpar o olho, e a marca de baba na bochecha. God Save the Lift Mirror.

Não consegui atravessar a rua, então continuei caminhando pela calçada molhada - chovera durante a madrugada - e fria. As pessoas olhavam estranho pra mim, quando entrei no beco. Bati à porta e perguntei se conseguiria ali.

"Tem certeza que quer?"

Eu sabia a resposta. Só não sabia o que viria depois.

SA 3

...Eu sempre respondo: Tudo bem, tudo bem, eu faço.
Só que eu não sei o que esperam de mim, o que querem que eu faça, o que querem que eu seja pra eles. E isso me enche, sabe? Me dá vontade de ir na esquina e ficar encostado no poste, enquanto eles procuram pela pessoa que faria aquilo. Não por mim, eles não procuram por mim. Eles perguntam:

"Quem era o responsável por isso?"

Tô pra ver o dia em que dirão: "é aquele ali na esquina".

sábado, junho 28, 2008

SA 2

Não, não crio expectativas. Não me encho de esperanças. Organizo, preparo, e vou em frente.
Mas em vez de projetar, eu preciso ir além. Em vez de ser designer, agir como artista. Só pra quebrar o gelo.

Não, quebrar o gelo, não.

Nele esculpir o mais belo e pomposo cisne que já durou mais de um século nessa terra fria.

quinta-feira, junho 26, 2008

SA 1

É, eu sou um viciado. Mas não sei como vim parar aqui. Tá tudo tão turvo.
As coisas não podiam estar piores. Mas não estão, estão ótimas. O que está horrível é ter que aceitar a parte da bad trip. Pelo menos até o good arrive.