domingo, maio 27, 2007

Também sem título, ó.

E o que é o amor?

...


E quem nunca se perguntou isso? Só os ignorantes. Por que ignorance is bliss.


merely miscast in a play. diz:e esse mal a gente nunca vai passar

merely miscast in a play. diz:eu acredito em amor

merely miscast in a play. diz:mas só se nao for comigo

merely miscast in a play. diz:amor só existe pros outros

merely miscast in a play. diz:principalmente, pras outras

merely miscast in a play. diz:que dizem me amar

merely miscast in a play. diz:enquanto eu acendo um cigarro e olho pros paralelepípedos na rua

merely miscast in a play. diz:perguntando quantas pessoas ja pisaram neles

merely miscast in a play. diz:e perguntando também por que mesmo assim, eles nao perdem a imponencia?
● micheli diz:é...

quarta-feira, maio 23, 2007

Melancolia Imóveis

Sua sessão imobiliária na Gazeta

Onde morar em Recife?

___________________________________

- Puta merda, finalmente.

Quarenta minutos após sentar na parada, o ônibus chega. Ela subiu, pagou, deu boa-tarde à cobradora, sentou, ligou o mp3-player (tocando Faith No More). Com uma perna no chão e a outra dobrada, em cima do assento, encostou a cabeça na janela (azar, não tinha cadeira com janela aberta), e começou a cantarolar baixinho.
Mais vinte minutos de percurso, um engarrafamento na Agamenon. Cerca de uma hora e meia depois de sair de casa, desce no Cais de Santa Rita.

- Oi... Cheguei. Certo... Vem logo, que... Ah, tô te vendo.
(...)
- E aí? Tudo bom? – dois beijinhos, e um abraço carinhoso, quase um afago nas costas e na nuca.
- Tudo massa... Vamo? Já ta cheio de gente lá na Cultura.
- Putz, foi mal... Engarrafamento triste na Agamenon.
- É, eu peguei. Mas bora, bora.


[show]

- E agora, pra onde?
- Hmmm, vem cá.
- Ah, só...

[burburinho]

- Tipo...
- É, to ligada...

[beijosdelíngua]

[dezprastrêsdamanhã]

- Ei, tenho que ir. Daqui a dez minutos meu ônibus sai.
- Putz, vamo, vamo.


O melhor lugar pra se morar em Recife é em Olinda. Ou outra cidade.

terça-feira, maio 22, 2007

Na minha época era The Smiths.

Outro dia, uma amiga me falou que ia à Praça do Arsenal, ver Teatro Mágico. Eu perguntei "Poxa, que peça?". Ela riu, como se eu estivesse sendo irônico. De certa forma, eu até estava. Só não sabia que era uma banda.
Minha dificuldade se dá pelo simples fato de que no meu tempo, as bandas se chamavam ACDC. Led Zeppelin. The doors. Eram nomes de peso, pra marcar, e que obviamente eram nomes de conjuntos musicais. Mesmo quando não eram bandas de Rock N' Roll, também tinham nomes práticos e lógicos, e ainda eram criativos. Acho que realmente, quanto mais o tempo passa, mais difícil fica ter idéia que ninguem teve ainda.

Mombojó (Até dia desses era Mombojó Ragajá. Eu acompanhei,
ARGH!).

Teatro Mágico.

Mula Manca e a [insira adjetivo bucólico] Figura.


Colé, pô. Até os Replicantes, típicos tiradores de onda, foram criativos sem perder a essência. O mesmo se dá com Comunidade Ninjitsu, e Júpiter Maçã. Raimundos foi o auge. Porra, uma banda composta de fãs de Ramones, tocando um semi-punk-rock escrachado, não poderia escolher outro nome.

_______________________________


Ligou o carro e, por causa do calor recifense, deixou o ar-condicionado tirando o abafado. Enquanto isso, foi colocar a blusa de flanela (manga comprida). Não fez a barba. Os cabelos, em cachos, caíam pela orelha, enquanto a calça jeans e a alpercata de couro faziam o contraste.

- Mãe, tô indo. Se Silvana ligar, tô no show de Teatro Mágico já, esperando
por ela.
- Show de teatro?
- É, é, é.


Enquanto dirigia pela Agamenon Magalhães, viu uma porção de garotos, em seus 15, 16 anos, todos vestidos de preto ou um colorido intenso, bonés de lado, piercings nos lábios ou supercílios, all-stars e algibeiras, atravessando na direção da Conde da Boa Vista.

- Aiai - disse pra si mesmo -, essas modinhas da adolescência...