sábado, agosto 05, 2006

Extra! Gazeta da Melancolia volta ao ar!

A Gazeta da Melancolia está de volta Por Dimitri Miroma

Sete anos se passaram desde que o primeiro tópico da Gazeta ia ao ar. A rede nunca mais seria a mesma, depois dos deprimentes depoimentos de um adolescente ocuparem o espaço dos games, fotologs e blogs. Em quatro anos de manutenção do diário, paixões surgiram e morreram, dificuldades financeiras foram relatadas, problemas com drogas e relacionamento com a família, descritos. A vida de um tímido garoto, que assinava com o pseudônimo de Pietro Dumas, era exposta para o mundo, e com isso, afirmava, satisfazia sua necessidade de interação. Era o garoto mais sociável do mundo, pois vários o conheciam. A Gazeta chegou a receber, então, mais de 100 visitas por dia. Nenhum recorde, principalmente naquele ano de 2002, época em que os blogs e fotologs estouravam na World Wide Web. Mas eram seus dias de glória. Seus quinze minutos de fama. Quinze minutos, ou mais, dependendo do tamanho do post.
Pietro se regojizava com o reconhecimento, com o interesse da sociedade. Mas tudo mudou. Pietro começou a crescer. Meados de 2003, a Gazeta já não recebia de seu editor a atenção necessária para se manter intrigante. A Gazeta deixava de ser um refúgio para as pessoas que, sentindo-se sós, inferiores, tristes, procuravam as vidas de outrem, vidas que eram piores que as suas. E, sim, era isso que mais se encontrava lá. Você, leitor, provavelmente encontraria uma vida pior que a sua.
Pietro passou então a postar semanalmente à Gazeta. A freqüência de visitantes diminuía dia após dia. Foi quando ele, em uma espécie de último suspiro, mudou a descrição do periódico:
Ao invés de se manter "A Gazeta da Melancolia: A tribuna do povo subterrâneo", tornou-se "A Gazeta da Melancolia - Com o propósito de avaliar as alegrias da vida sob uma perspectiva triste".
Foi um sucesso. O diário recuperou boa parte de seus antigos freqüentadores, e mais alguns novos também. Mas durou pouco. No final do ano, A Gazeta fechava suas portas(?), por falta de dedicação.
Agora, em 2006, com uma nova administração, chega o momento de reabrir suas portas. Desta vez, não mais um garoto, e sim, com um homem escrevendo. Um homem com as mesmas características daquele adolescente: Tímido, atormentado, carente, e com a urgente necessidade de estabelecer uma relação social, mesmo que ativa X passiva, redator X leitor. Dimitri Miroma veio pra ficar, e organizar novamente o periódico de maior sucesso do povo subterrâneo. Ah, e a descrição?

A Gazeta
da Melancolia
Observando os males que afligem a
humanidade sob a perspectiva de uma pessoa feliz.
E que desta vez, dure mais.
Observação: Dimitri Miroma É sim Pietro Dumas.

sexta-feira, agosto 04, 2006

Gazeta

gazeta

do It. gazzetta, moeda de cobre com que se comprava o jornal
s. f.,

publicação periódica, noticiosa, política, literária, artística ou
doutrinária;
gazeio;

Da Culpa

- FALA-NOS do Chiclete Adams.
- Ó, humanidade, querida humanidade, vós sabeis que eu não falarei de assuntos tão inferiores e mundanos.
- Certo. Fala-nos da culpa.
- Beleza! A culpa...hmmm...
- Se quiser...
- Culpa é a responsabilidade dada à pessoa por um ato que provocou prejuízo material, moral ou espiritual a si mesma ou a outrem. Não se atribui a culpa a quem não provocou prejuízo material, moral ou espiritual a si mesmo ou a...
- ...
- Culpa é o que vocês sentem quando me irritam!
- ...
E Uma mulher que carregava o filho nos braços disse: "Fala-nos dos filhos." E ele falou:
- Vossos filhos não são vossos filhos.
E o resto vocês conhecem.

Do Batismo de Sabedoria

- FALE-NOS da cura.

- Hmmmf...Caham.

- Ok. Fale-nos do...

- Do Batismo de Sabedoria? Ora, não tem algum assunto, dúvida, interesse mais difícil ou complexo para que eu discorra?

- Tenho sim, ora, então fa...

- O BATISMO de Sabedoria! A humanidade é a única espécie que devolui enquanto evolui. No tocante a religião (não, não entrar-nesses detalhes-lo-ei!), e espiritualidade, sois os que melhor se encarregam de divulgar, publicizar e impor vossas medidas, vossas vontades. Se crê em algo, ai de quem não crê-lo.

O Batismo de Sabedoria foi quase destruído, mais ou menos pela mesma razão, só que envolvia também o bezerro de ouro.

Os tesouros e as desgraças da vida, as maldições da humanidade e a soberba/avareza, sempre caminharam lado a lado¹. Na espiritualidade, os fariseus foram apontados por Jesus como os perdidos, sem salvação. Clientes do demo. Em outras religiões, outros setores também eram afastados do caminho. Na filosofia e na sociologia, a soberba sempre representou "o inimigo". O opressor. Mas nunca houve tamanha conexão, como houve no caso do Batismo de Sabedoria.

O Bezerro de Ouro. A espiritualidade. Pecado. O diabo "cristão". Personagens principais, em volta do protagonista Baphomet. Bafomé, pra nordestinizar! Eleito divindade pelos supostos Cavaleiros Templários (a.k.a. bandifidaputa), que eram uma espécie de protótipo de Banqueiros, que especulavam não com o dinheiro público, e sim com segredos e documentos da nobreza e do clero da época, o Bafomé era representado pelo velho corpo de homem com cabeça de bode. Foi então que uns de vós, ó, humanidade, uns outros de vós rebelaram-se contra este poder. Cansados de serem dominados pelos Cavaleiros Templários, eles resolveram mudar o jogo. Convocaram então uma caça às bruxas. Aos templários. Tanto faz.

Phillipe Le Beau e o Papa Clement V ordenaram a prisão, tortura e queima na fogueira de todos os cavaleiros, dando origem também à famosa festa de Saint Johann, por causa da roupa rasgada dos Pobres Cavaleiros Templários, e um de seus líderes, Johann Antoine Peters, que "pulou a fogueira" e virou milho assado.

Bafomé foi então endemoneizado, e se tornou (mais) uma das figuras que representavam o cão. Ou Cão. Cão, com maiúscula. Com minúscula, vira cachorro. Ah! O cão também se tornou (mais) uma das figuras que representavam o peste. Peste? Ah! Ciclose. Dinheiro. Corrupção. Maldade. Cachorros, pestes e bodes. Tudo isso...

- Por que CARALHOS tu começou falando dum tal de batismo de sabedoria -

- Batismo de Sabedoria. Com maiúsculas, e em itálico -

- Tanto faz. Por que tu começou falando dele, e terminou falando no diabo, ó Mestre?

- Baphomet remete às palavras gregas Baph e Metis, que juntas se tornam "Batismo de sab...

- Pfff...

- Ora.

- Foda-se. Fale-nos da cura.

- Hmmmf...

¹Nota do Autor - Há sete substantivos, mas são apenas dois companheiros: tesouro e maldição; o número sete não aparece gratuitamente, é pra aludir aos sete pecados capitais.

quinta-feira, agosto 03, 2006

Do Profeta

- FALE-NOS da saudade.

- A SAUDADE, apesar do folclore, não é nome de freira.
A saudade é uma criação - ou melhor, uma intervenção humana. Desenvolvida para designar a sensação que nos acomete ao desejarmos a presença de outrem - não, quando se fala de muito tempo sem contato, chama-se nostalgia.

A saudade não nos traz benefícios, salvo quando a matamos (Isso dá pegadinha do tipo "o que é, o que é?).Pouco importa o tempo que se passou ausente, a distância que implicava nesse tempo. São a metade maligna da saudade. A parte realmente interessante é quando se destrói essa barreira, quando desenvolve-se a aproximação, quando o tempo passa. É. A saudade morre quando o tempo passa e a distância torna-se infinitamente constante de forma negativa: quanto mais perto, menos saudade. A saudade é um conceito histórico-geográfico. Espaço-temporal. A
saudade é instrumento de medida Einsteniano, e foi totalmente decomposta e explicada com a teoria da relatividade: Não se pode viajar pra trás no tempo.

Ou até pode, mas não se muda.


- Entendi PORRA nenhuma desta última parte. Mas fale-nos da indecisão.
- Hnnm?

quarta-feira, agosto 02, 2006

Sorrindo com a boca do oceano





"...E eu aceno pra você com os braços da montanha. Dê-me o mesmo, e então
estarei mais perto. Não deixarei mais você gritar. Está em minha
cabeça.
Vou te pegar do chão. Vou deixar você empatar o placar. Está em
minha cabeça.
Darei tudo a você, e então...estarei mais perto."

A GAZETA DA MELANCOLIA volta. Não, não é mais um diário de pessoa triste. Não, é um periódico que trata principalmente dos males que afligem a sociedade, sob a ótica de uma pessoa feliz. Para entender melhor, as frases mais indicadas são:

Ignorance is Bliss (A Ignorância é uma Bênção)

Nada diz mais sobre uma pessoa do que o que a faz sorrir. (Inversamente proporcional, claro).